terça-feira, 8 de abril de 2014

CAPITÃO AMÉRICA 2 - O SOLDADO INVERNAL



...Ou Vejam Só como Scarlett Johansson se Esforçou para Ficar Sexy Neste Pôster – O Filme.


Depois da boa Fase 1, que resultou no excelente e divertidíssimo Os Vingadores, a Marvel Studios vem mantendo o padrão estabelecido, ainda que algumas de suas obras continuem a soarem vazias, não passando de mais um pedaço de salsicha jogada aos cães, que na verdade estão sedentos é pelo rosbife que está marcado para estrear no ano que vem (se você não se ligou, dããã, falo de Os Vingadores 2: A Era de Ultron). Assim, depois de Homem de Ferro 3 e do divertido Thor 2, esta nova fase do estúdio resolve nos presentear com o melhor exemplar solo de sua franquia desde o primeiro Homem de Ferro, ficando, junto com o longa que unia o time de heróis, como um dos três melhores filmes entre os nove já produzidos até hoje.


Também se mostrando a única continuação disposta a realmente apostar em um arco dramático concreto que atravessará pelo menos três filmes estrelados por seu personagem título – Homem de Ferro 2, 3 e Thor 2 são apenas aventuras independentes – Capitão América 2: O Soldado Invernal continua a explorar a adaptação de seu protagonista a um mundo diferente daquele que conheceu 70 anos antes. Agora trabalhando para a S.H.I.E.L.D., o Capitão (Chris Evans) passa a questionar as decisões de Nick Fury (Samuel L. Jackson), enquanto este suspeita de uma conspiração dentro da corporação, agora encabeçada pelo perigosamente simpático Alexander Pierce (Robert Redford). Contando com a ajuda da Agente Romanoff (Johansson) e do piloto de resgate Sam Wilson (Anthony Mackie), nosso herói ainda terá de lidar com o letal e misterioso Soldado Invernal – cujo nome do ator não posso revelar sem dar spoilers, mesmo que não seja surpresa para ninguém sua identidade.


Dirigido pela dupla Anthony e Joe Russo, das primeiras e hilárias temporadas de Arrested Development e de vários episódios de Community, Soldado Invernal acaba soando surpreendentemente ser o mais sério dos longas Marvel, e certamente, o mais maduro. Porém, os Russo não deixam sua mão cômica passar em branco e muito menos os toques de bem humoradas referências; a lista de coisas que Rogers deixou de ver nos anos em que esteve congelado é uma das melhores neste sentido, incluindo até mesmo Chaves na versão nacional - a lista muda de acordo com o país onde o filme é exibido. Em outro momento uma fala de Pânico é repetida pela Viúva Negra, que não deixa de assinalar a pequena homenagem, assim como a rápida piada com Pulp Fiction mais ao fim. Mas são pequenas descontrações dentro de uma trama basicamente política e paranoica. A sequência no elevador poderia facilmente provocar o riso, mas seus diretores preferem construí-la e desenvolvê-la de forma tensa, repeitando seu teor violento e estrategista. Aliás, as cenas de ação não deixam de existir por causa do tom conspiratório do filme, muito pelo contrário, povoam boa parte da película sem nunca soarem em excesso, ainda que a condução de algumas seja um tanto confusa visualmente.


O clímax principalmente é bastante empolgante e muito bem orquestrado, além de dramático e inspirador na medida certa. A violência corre solta, e um capanga ser engolido por uma turbina é apenas parte da diversão, que deve uma grande parcela de sua eficiência aos ótimos efeitos visuais e ao design de som primoroso, que exagerando nos sons dos golpes desferidos entre os heróis e vilões, dá uma dimensão muito mais tátil a suas lutas.


Voltando a encarnar com carisma e serenidade Steve Rogers, Evans convence com facilidade da boa índole do herói, enquanto Johansson mais do que nunca parece a vontade no papel da assassina Viúva Negra, enquanto isso Jackson e Ford, os veteranos do elenco, usam suas personas para atribuir respeito e imposição às figuras que interpretam, podendo todos desta vez viverem seus personagens em função da trama e não de uma prévia para um futuro projeto maior, como acontecia antes - embora seja possível notar a presença do universo Marvel com clareza, e é admirável que o projeto consiga trazer esta força dos outros heróis dos Vingadores sem que tenha que parar o longa-metragem para lhes fazer referência. Assim, aparecem aqui as Stark Industries e até mesmo nomeiam Bruce Banner e Stephen Strange (!), futuro membro do grupo que ganhará filme solo em breve.



Apagada mesmo, Capitão América 2 só tem a aparição de Stan Lee, que sem o bigode e os óculos icônicos, pode passar até despercebido para alguns, porque de resto, desenvolve bem o jogo de gato e rato nas entranhas da S.H.I.E.L.D. ao passo que confere uma aura de ameaça ao seu vilão, quesito onde falhavam Homem de Ferro 3 e Thor 2, e que não deixa de ser irônico quando se pensa que lá se tratavam de indivíduos com superpoderes, e aqui, temos por antagonista um mero e humano executivo. Como de costume, há duas cenas extras após o término do longa, uma durante e outra após os créditos finais, estes embalados (assim como resto do filme) pela trilha animada de Henry Jackman, cujo trabalho venho acompanhando (e sempre gostando) desde que o notei em X-Men – Primeira Classe.


NOTA: 9/10




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