quarta-feira, 25 de maio de 2011

SE BEBER NÃO CASE - PARTE 2

TRAILER THE HANGOVER 2 HD


     Dane-se o politicamente correto, a censura, os críticos, e todo o resto, porque o que importa para este novo filme de Todd Phillips é fazer uma farra daquelas de sair com dor de barriga de tanto rir. Ao contrário de produções recentes que preferem apenas usar certos países como locação pra poder usá-los como cenário para explosões, este novo Se Beber não Case não esconde em momento algum o porquê de se passar onde se passa e é fiel do início ao fim com sua proposta de fazer uma comédia forçada, apelativa e que ainda possui a mesma estrutura do seu antecessor, ainda sim, carismática, envolvente e muito engraçada.


     Dois anos após os acontecidos no primeiro filme, Stu (Ed Helms) o dentista certinho, esta prestes a se casar. Acontece que os pais de sua noiva são tailandeses, e não querendo contrariar o pai da moça (já que não é nada bem visto pelo mesmo), Ele organiza o casamento por lá mesmo na Ásia, e para isso convida seus amigos Phil (Bradley Cooper), Doug (Justin Bartha) e... Alan (Zach Galifianakis). Chegando lá os amigos, mais o irmão ainda menor da noiva Teddy (Mason Lee) resolvem tomar só "um drinque" sentados na praia com uma fogueira, e... Então, Phil, Alan e Stu acordam num quarto cheio de coisas fora do lugar e muitas coisas estranhas espalhadas por ele, e claro, eles não se lembram de nada que fizeram durante a noite e nem o paradeiro de Teddy. E os três vão ter que iniciar uma nova busca por pistas de suas confusões em meio a agitada e caótica Bangkok.


     Sim, o filme usa a mesma premissa e estrutura do primeiro filme, preguiça dos roteiristas? Talvez, mas o fato é que o filme não fica devendo em nada a este. Novamente, Todd Phillips nos mergulha na tensão e na curiosidade pelos absurdos pelos quais passaram aqueles personagens. E se a sensação de frescor já não está mais presente aqui, ela é sabiamente substituída pelo clima de "de novo não!", que por incrível que pareça, faz com que a história nunca soe forçada. Aliás, gera até boas risadas já que prevemos que aquilo de algum jeito (só não sabemos como), "vai dar m&#%@!!", mantendo sempre uma expectativa pelo o que vem a seguir no ar. E desta vez, os personagens enfrentam situações muito mais absurdas, criativas e perigosas que no longa anterior. Há em particular uma cena de perseguição de carro pelas ruas de Bangkok, muito tensa em sua construção e hilária em sua proposta. Em relação ao primeiro, porém, há menos desenvolvimento dos personagens, apostando no carisma dos mesmos para com o público, o filme acerta em cheio, já que o elenco novamente se sai muito bem em seus papéis unidimensionais.


     Stu é definitivamente o protagonista deste longa, e Ed Helms novamente empresta um ar histérico e depressivo ao personagem. Cooper que tem menos destaque aqui, continua mantendo bem seu "bonitão boa pinta", sem fazer careta, contido. Bartha e Lee pouco tem o que fazer no filme, embora possa dizer que os poucos momentos em que Mason Lee aparece em tela me incomodaram porque o ator deu pause na sua cara de "hãããã..." e assim a manteve o resto do filme. Novamente quem rouba o filme é Galifianakis, que encarna novamente seu Alan inocente e sem senso social/moral algum, desviando a atenção do público até mesmo se seu personagem é posto fora foco no fundo, porque afinal, parece que o ator está sempre fazendo alguma palhaçada. Mas quem vem para ser a cobertura do bolo é Ken Jeong, vivendo novamente a estranha mistura de estereótipos que é o Sr. Chow, que aqui, no ápice de suas obscenidades, rouba outra vez a cena, até de Zach quando entra em cena sempre de uma maneira inusitada.


     Ah sim, o politicamente correto. Bom, esqueçam. O filme faz questão de fazer piadas com tudo que encontra no caminho, religião (ótima sacada, prestem atenção em Alan na cena do Mosteiro), Homossexuais (uma das piadas mais divertidas de todo o filme envolve uma relação do tipo), raças e nacionalidades (os cartões com curiosidades sobre a Ásia de Alan falam tudo). Muito mais apelativo no sentido visual, o filme aposta em nus frontais, violência e consumo de drogas de forma explícita, implorando por uma classificação 18 anos. Mas desde sempre o filme já nos propões tais piadas e não foge delas, mantendo seu espectador bem avisado sobre que tipo de humor vai encontrar durante a projeção e não decepcionando aqueles que ficam para assistir. 
     Mas, Se Beber não Case - Parte 2 não se resume a apenas um humor esdrúxulo e efêmero. O carisma contido nos personagens e na história traz desde já um clima nostálgico, um clima caseiro, uma vontade de curti-lo. É aquele tipo de filme para se rever daqui um tempo em baixo das cobertas num sábado à noite, comendo pipoca ou brigadeiro. Aquele tipo de filme que te faz sentir aconchegado, em casa durante duas horas. E este clima, este abraço quente, mérito de alguns poucos filmes, tais como esqueceram de mim, curtindo a vida adoidado, etc. É aqui também o maior acerto de Todd Phillips que torna toda esta aventura totalmente improvável, tão mágica e carismática. Principalmente quando decidimos nos juntar aos três irresistíveis protagonistas na sua jornada.


     Não sendo melhor que o primeiro, nem pior, mas sim, mantendo o bom nível, apostando em uma abordagem menos contida de temas delicados de se fazer piada, o filme talvez erre ao parecer um tanto quanto episódico, mas ainda assim é envolvente e agradável, e sem contar que perto do que tem saído de comédias por ai, este exemplar faz o que poucas destas fazem. Faz Rir, e muito, é só tirar os preconceitos da cabeça e mergulhar na proposta absurda, desta trama absurda, com personagens absurdos se metendo em situações absurdas. Dá vontade de ver de novo um dia.  


NOTA: 8/10

P.S. tem uma ponta no filme do sempre ótimo Paul Giamatti.        
   

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