terça-feira, 12 de abril de 2011

RIO

TRAILER RIO HD 


     Samba, futebol, diversão, carnaval, festa, música, cores e muita "papagaiada" (se me permitem o trocadilho) embalam esta animação um pouco sem sal.
     O filme começa num Rio de Janeiro paradisíaco e tranquilo, onde de repente estoura uma cantoria coreografada por todos os tipos de aves coloridas que se pode imaginar. É nesse contexto que Blue (voz de Jesse Eisenberg) um filhotinho de Arara Azul cai de seu ninho e é pego por contrabandistas de aves, indo para acidentalmente em... "not rio" (numa boa tirada do filme), ou se preferirem, Minessota. Criado pela dona de livraria meio nerd Linda (Leslie mann) ele cresce mimado e sem aprender a voar, até o dia em que um ornitólogo chamado Túlio (Rodrigo Santoro) aparece para levar Blue para o Rio de Janeiro para acasalar com a última fêmea da espécie, Jade (Anne Hathaway). É claro que chegando lá tudo sai as avessas e Blue e Jade vão parar no meio de uma favela acorrentados pelas patas e tendo que fugir de contrabandistas e de uma terrível ave maluca. Tudo isso enquanto o espectador é transportado pelos pontos turísticos mais conhecidos da cidade maravilhosa.


     O maior defeito de Rio é a falta de expressividade, não há nenhum personagem marcante ou mesmo bem engraçado. Todo o carisma concedido a estes (e eles SÃO carismáticos) é providenciado pelo seu design que conta sempre com olhos grandes e expressivos e com seu colorido sempre berrante. Nenhum deles é bem explorado, e todos parecem clichês do gênero. E clichê é o que não falta, pois essa história de "um estranho no ninho" todo mundo já conhece, assim como os "road movies", e o filme acaba por ser uma mistura dos dois, nunca sendo bom como nenhum destes. E claro que os estereótipos brasileiros estão todos lá, o futebol, o carnaval, a praia, o quase nudismo, o clima de "sempre é festa" e turista perdendo dinheiro a torto e a direito. A vontade do diretor Carlos Saldanha de amontoar estes carimbos sociais do Brasil é tanta que o filme chega a mostrar um grande jogo da seleção Brasileira na noite de véspera a do carnaval, o que convenhamos, é bem forçado. Se Saldanha quis brincar com isso, então esta bem, mas o que parece mesmo, é que o diretor ou esqueceu de como é o Brasil ou foi forçado a colocar esta visão americanizada do país no filme. O que na verdade é só comentário, pois isso não atrapalha a projeção, e nem é inesperado.


     A trilha sonora do filme prometia, afinal pense no que poderia ser feito misturando as trilhas normais com o Samba e carnaval, seria épico! Mas o filme escolhe por ser discreto, e nem as famosas canções de desenho escapam, sendo fracas, sem ritmo e jogadas de qualquer jeito na tela. Mas se a história, os personagens e a música são fracos, o visual vem para encher os olhos com um colorido extraordinário, sempre colocado sobre uma luz ótima que torna qualquer frame do filme em papel de parede. O destaque é para a cena do sambódromo (que é enfiada na trama com uma explicação forçada) que mesmo não desenvolvendo bem a trilha, é majestosa e bem representada na tela em um espetáculo visual.


     Mas Rio não é nenhum desastre, possui personagens coadjuvantes melhores que os protagonistas, como o vilão Nigel que faz rir com seu jeitão psicopata, ou o cão Buldogue babão ou também tem o grupo de macaquinhos picaretas que estão lá pra virarem bonecos do McDonalds depois. E apesar de tudo e todos os estereótipos, é sentido a paixão que Carlos Saldanha traz para a tela, criando uma ambiente mágico (nada verossímil, mas mágico) e encantador que, claro, de um jeito ou de outro, vai encantar platéias mundo a fora, e muito mais as do Brasil.
     Correndo com o final ( numa hora estamos no começo do clímax e cinco minutos depois já tem um "the end" na tela), divertido até certo ponto e também cativante, essa animação não é nenhum clássico e é pouco provável que seja reconhecida em premiações. Ao contrário do recente e fabuloso Rango, Rio deixa espaço aberto (e de sobra) para Carros 2 da Pixar atropelar até passarinho nas indicações este ano.


NOTA: 6/10

Agradecimento especial por responder perguntas sobre futebol, para meu amigo Elói Saldanha (@eloi_sal).   

Um comentário:

  1. o filme parece ser bem cativante e simpatico, mas nao parece mesmo ser algo "UHUUUU'!! é um filme ideal para mães e filhos irem assistir em um sabado preguiçoso!!!e eu ajudei nessa critica hehe!! continua com o blog tah melhor a cada dia!!!

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